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ABEPSS divulga nota pública em defesa do movimento MARCIAFICA

24/05/2018

Associação manifesta seu apoio na nossa defesa por uma formação profissional antirracista e que combate todas as formas de opressão

ABEPSS divulga nota pública em defesa do movimento MARCIAFICA

NOTA PÚBLICA DA ABEPSS EM DEFESA DO MOVIMENTO #MARCIAFICA
 
Tendo em vista o histórico compromisso ético-político e acadêmico da ABEPSS e a consonante defesa dos princípios profissionais, como a defesa da superação de todas as formas de exploração e opressões, nós viemos por meio deste saudar o movimento #MARCIAFICA e manifestar publicamente o apoio às pautas colocadas pelos/as discentes de graduação, endossadas pelos/as discentes de pós-graduação e docentes da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP, no que tange à ampliação da presença de professoras(es) e alunas(os) negras(os) nos quadros da Universidade, bem como da incorporação do debate sobre as relações sociais de gênero, raça e etnia na formação, tanto no âmbito da graduação quanto da pós-graduação em Serviço Social.
 
Entendemos que a mobilização de discentes da PUC/SP vai ao encontro das preconizações da ABEPSS no que tange ao projeto de formação profissional em Serviço Social, com destaque para as recentes deliberações da entidade, quanto a inclusão de pelo menos um componente curricular obrigatório na graduação de Serviço Social que aborde as temáticas relacionadas às relações sociais de classe, de gênero, de etnia/raça, de sexualidade e de geração e ainda, o documento que orienta os Programas de Mestrado e Doutorado a adotarem cotas raciais e políticas afirmativas para ampliação do acesso de alunas(os) negras(os) na pós-graduação.

Afirmamos que a reivindicação para a permanência da professora Márcia Campos Eurico no quadro permanente de docentes do Curso de Serviço Social da PUC SP não deve ser enxergada num campo individual e desvinculada dos processos de produção e reprodução da vida social. A ausência de negros e negras nos quadros docentes das instituições de ensino superior, seja ela pública ou privada, é sim reflexo do racismo institucional que estamos imersos. Dessa forma, tomamos como pressuposto que “o racismo não é apenas um problema ético, uma categoria jurídica ou um dado psicológico. O racismo é uma relação social, que se estrutura política e economicamente” (ALMEIDA, 2016, p. 23). 
 
É exatamente por isso que a ABEPSS assume a posição de estar ao lado das reivindicações apresentadas na medida em que o debate sobre a questão étnico-racial e as ações visando à erradicação do racismo e da discriminação racial é uma tarefa de toda sociedade, na medida em que a luta contra o racismo é o esteio da luta anticapitalista. Isso porque “o racismo é uma ideologia que sustenta a exploração capitalista” (BORGES, 2016, p. 49).
 
Nesse sentido, a ABEPSS vem a público manifestar seu apoio ao movimento #MARCIAFICA e nossa defesa por uma formação profissional antirracista e que combate todas as formas de opressão! Não a qualquer tipo de perseguição e criminalização ao movimento estudantil!
 
Executiva Nacional e Direção da Sul II da ABEPSS – Gestão 2016- 2018: “Quem é de Luta, Resiste!”

Referências Bibliográficas:
ALMEIDA, S. L. Dossiê Marxismo e Questão Racial. Margem esquerda. Artigo. Revista Boitempo, número 27. São Paulo. Outubro de 2016.
BORGES, R. Feminismos negros e marxismo: quem deve a quem? Margem esquerda. Artigo. Revista Boitempo, número 27. São Paulo. Outubro de 2016.

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