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Live chama atenção para a precarização do trabalho em meio à pandemia

25/06/2020

A questão social e o racismo também foram discutidos durante o encontro, que aconteceu nessa terça-feira, 23 



O racismo, a precarização do trabalho, a questão social em meio à pandemia foram discutidos na segunda live do projeto ABEPSS AO VIVO, que aconteceu nessa terça-feira, 23. Mais de duas mil pessoas acompanharam o evento que foi transmitido pelo Facebook e canal TV ABEPSS no YouTube.

Do debate, participaram a professora Tereza Martins, da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e o professor Ricardo Lara, da Universidade Federal de Santa Catarina. A mediação foi da também professora Ana Cristina,  da Universidade Federal Fluminense (UFF). 

Estudantes da graduação, pós-graduação e profissionais do Serviço Social acompanharam o evento. Nos comentários, era possível perceber a participação de pessoas de todo o País. O material da live está disponível no Facebook e no Canal do YouTube da ABEPSS. Clique aqui e confira. 

Com a pandemia, a precarização e a informalidade no mercado de trabalho brasileiro cresceram, conforme pontuou Ricardo Lara durante o encontro. O professor destacou que, o discurso do microempreendedorismo sem a proteção social caiu por terra, e que os efeitos da reforma trabalhista (EC 95) ficaram mais perceptíveis. “Antes da pandemia, a classe trabalhadora brasileira já vivia uma tragédia. A questão só se acentuou”, analisou. 

Lara ainda chamou a atenção para as medidas provisórias editadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, que tiram direitos dos trabalhadores e acabam beneficiando os empresários, como a redução da jornada de trabalho e a suspensão de contratos, mecanismos previstos na Medida Provisória 936/2020. O professor ainda fez uma análise da construção histórica e da questão social no país.  

Entre os movimentos recentes, Lara chamou a atenção para a greve dos entregadores por meio de aplicativos, que está programada para o próximo dia 1º de julho. Ele destacou que esses profissionais vivem relações de trabalho precarizadas. “Passo o dia com fome enquanto levo comida", parafraseou. O professor ainda pontuou as situações de precarização vividas pelos assistentes sociais, em especial nas formas de contrato, com a terceirização da atividade e a redução dos concursos. 

No encontro, a professora Tereza Martins analisou como o racismo está atrelado às questões do país, tanto do mercado de trabalho quanto da questão social. A professora ressaltou que, “não é possível compreender a questão social sem entender a questão racial”. 

Conforme Martins, também é preciso compreender o desemprego como sendo inerente à lógica do Capital, e que o Brasil não deixou de operar com a questão do racismo. “A pandemia exacerba todas as contradições do Capital", pontuou.

A professora da UFS ainda lembrou os movimentos sociais que eclodiram no mundo após a morte de George Floyd, um homem negro que foi sufocado por um policial branco, em Minneapolis, nos Estados Unidos. "A luta é  para que a nossa humanidade não seja tratada como mercadoria e ser descartada a qualquer momento", pontuou. 

"Estamos morrendo asfixiados e asfixiadas. A luta antirracista brasileira não é uma tarefa de pretos e pretas. Enquanto existir racismo, não haverá democracia", destacou Martins.

O trabalho remoto e volta às aulas também foram discutidos no encontro. Clique aqui e assista à live. 

Saiba mais sobre os professores/as 

Teresa Cristina Santos Martins (UFS)

Professora do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Sergipe - UFS e Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Trabalho, Questão Social e Movimentos Sociais (GETEQ).

Clique aqui e acesse a entrevista e aqui acesse ao último livro organizado pela docente. 

Ricardo Lara (UFSC) 
Professor do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa: Trabalho, Questão Social e América Latina (NEPTQSAL) e Membro da Coordenação Ampliada do Grupo Temático de Pesquisa (GTP) Trabalho, Questão Social e Serviço Social vinculado à ABEPSS. 

Clique aqui e acesse ao artigo sobre a pandemia publicado pelo docente. Clique aqui e confira a revista Katálysi. 

MEDIAÇÃO: 
Ana Cristina Oliveira de Oliveira (UFF – Niterói)

Professora do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense – UFF – Niterói, Coordenadora do Grupo Permanente de Estudos Trabalho, Questão Social e Serviço Social: expressões do conservadorismo na formação social brasileira (NUTTS/UFF). Membro da Coordenação do Grupo Temático de Pesquisa – GTP Trabalho, Questão Social e Serviço Social vinculado à ABEPSS.


Terceira live do ABEPSS AO VIVO

O próximo encontro do ABEPSS AO VIVO será no dia 7 de julho, às 19h30, com o tema Universidade e Ensino Remoto Emergencial. Para discutir o tema, foram convidados os professores Eblin Farage (UFF) e Roberto Leher (UFRJ).


 

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