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Nota de repúdio aos atos de violência contra os professores, estudantes e funcionários da PUC-SP

23/03/2016

Na noite de 21/03/2016 a PUC-SP, infelizmente, foi novamente palco da arbitrariedade e da violência que tem atingido o país nas últimas semanas. É inadmissível que esta universidade que tem sua história marcada pela luta e resistência no campo democrático tenha que conviver com a usurpação do direito e com a mais vil forma de repressão e autoritarismo por parte da Polícia Militar Paulista.

Nota de repúdio aos atos de violência contra os professores, estudantes e funcionários da PUC-SP

Na noite de 21/03/2016 a PUC-SP, infelizmente, foi novamente palco da arbitrariedade e da violência que tem atingido o país nas últimas semanas. É inadmissível que esta universidade que tem sua história marcada pela luta e resistência no campo democrático tenha que conviver com a usurpação do direito e com a mais vil forma de repressão e autoritarismo por parte da Polícia Militar Paulista.

As marcas da resistência estão impregnadas nos corredores e rampas da PUC-SP, seu teatro, o TUCA, é símbolo da força e da luta por democracia. Desde 1977 quando as tropas de Erasmo Dias tentaram calar aqueles que lutavam contra o arbítrio e o autoritarismo da Ditadura Militar, a comunidade puquiana sempre esteve ao lado das lutas populares e sociais. Na noite de ontem foi à polícia militar do Governador Geraldo Alckmin que tentou silenciar o movimento daqueles que defendem a Democracia. Alckmin um já conhecido repressor dos movimentos sociais, da juventude negra periférica e dos camponeses do interior do Estado de SP. O mesmo que permitiu que Avenida Paulista permanecesse fechada na semana passada por mais de 30 horas, colocando sua tropa de choque para defender os seguidores da FIESP que, como cães de guarda, agrediram e espalharam medo e horror aqueles que “aparentemente” discordavam deles. Uma camiseta vermelha era suficiente para colocar em risco a integridade física dos transeuntes.  

É com perplexidade que temos vivenciado o avanço do conservadorismo que tem atingido patamares insustentáveis e coloca em risco nossa frágil democracia. A construção de um Estado de Exceção vai se configurando e a judicialização e espetacularização da política contamina, divide e polariza a sociedade brasileira. A cada minuto denúncias de violência e manifestações fascistas são veiculadas nas redes sociais e nas mídias alternativas, enquanto a mídia burguesa financia e promove perseguições aos movimentos sociais e a esquerda brasileira. Com a falsa dicotomia PT x PSDB que de fato não representam as legítimas lutas sociais, um ambiente de ódio e intolerância cresce e contamina todos os setores da sociedade brasileira e da vida social. 

O movimento se intensificou desde que se acirraram as disputas em âmbito nacional. De um lado uma tentativa insana de Golpe por parte da direita e do judiciário com amplo apoio da mídia burguesa, de outro do Governo Dilma que adotou a política do Ajuste Fiscal que destrói direitos dos trabalhadores e criminaliza movimentos sociais, a exemplo da Lei antiterrorismo.

Os movimentos sociais autônomos têm de forma intransigente se manifestado a favor da democracia e contrários ao emitente Golpe da Direita. De nossa parte engrossamos as fileiras daqueles que lutam pela defesa do Estado Democrático de Direito, contra o conservadorismo e a judicialização da política de forma a honrar nossos princípios éticos e políticos que historicamente marcaram o Serviço Social brasileiro. A defesa intransigente da liberdade como plena expansão dos indivíduos sociais, a defesa da democracia e da cidadania, são hoje mais que necessárias. Nosso princípio e horizonte de superação da ordem burguesa passam nesse momento por defender a democracia, a soberania nacional e o direito a liberdade. Sabemos que no acirramento da luta de classes são os trabalhadores que pagarão o preço alto das disputas com a burguesia, portanto, é necessária nossa organização e luta política.

Não flexibilizar nenhum centímetro na defesa dos direitos, repudiar toda a qualquer forma de violência e arbítrio como os que ocorreram ontem na PUC-SP, denunciar e lutar contra o conservadorismo e o fascismo que tem se ampliado cada vez mais, se manter autônomo a governos e a estar junto aos trabalhadores nas lutas populares e por democracia.

Esse é o nosso compromisso, essa é a nossa luta!!

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