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"O Brasil é uma referência pelo seu nível de organização", destaca Yolanda Guerra

02/08/2017

Ela e mais quatro doutoras e um doutor brasileiras/o participaram como conferencistas do MMXVII Congresso Costa Rica, cujo tema foi “Serviço Social Latinoamericano e do Caribe: resistências e propostas frente às desigualdades econômicas, sociais e políticas” 

“O Brasil é uma referência pelo seu nível de organização”, foi o que destacou a doutora em Serviço Social e coordenadora do GTP Serviço Social: Fundamentos, Formação e Trabalho Profissional da ABEPSS, Yolanda Demetrio Guerra.

Ela participou como conferencista do MMXVII Congresso Costa Rica, cujo tema foi “Serviço Social Latinoamericano e do Caribe: resistências e propostas frente às desigualdades econômicas, sociais e políticas”. O evento aconteceu nos de 19 a 21 de julho, na Costa Rica, e reuniu docentes e pesquisadores da América Latina.

Yolanda compôs a mesa “A formação profissional no Serviço Social: processos de conservação, superação e ruptura no contexto da América Latina e do Caribe”. Em entrevista para o site da ABEPSS, ela ressaltou que o Brasil é uma referência no debate da formação, das políticas sociais e da organização política da categoria.

“Nós temos a ABEPSS. E todas as nossas referências vêm da ABEPSS Nacional e de suas Regionais. E com isso, o projeto pedagógico e as diretrizes curriculares para a formação profissional é única no Brasil”, explicou Yolanda.

As doutoras Angela Santana do Amaral, Esther de Souza Lemos, Rosa Helena Stein e Katia Iris Marro e o doutor Maurílio Castro de Matos também participaram como conferencistas internacionais no evento.

Confira a entrevista da Yolanda Guerra para o site da ABEPSS

P: Qual a importância do Brasil no debate da formação na América Latina?

R: Nosso país é o único que possui uma organização do ponto de vista dos profissionais em seus conselhos e do ponto de vista do ensino e da pesquisa. Nós possuímos uma associação acadêmico-científica que é nacional. Existe uma organização nacional e regionais unificada que compõe a direção da entidade. 

Os demais países da América Latina têm apenas organizações regionais e não possuem uma diretoria que congregue essas regionais. Isso faz uma diferença muito grande.

Na Costa Rica, cada escola tem seu projeto pedagógico. Por exemplo, uma universidade possui dois campos universitários. Cada um dos cursos de Serviço Social vinculados a esses campos possui um projeto pedagógico diferente. Isso leva a uma formação de diferentes perfis de profissionais.

Nós temos a ABEPSS. E todas as nossas referências vêm da ABEPSS Nacional e de suas Regionais. E com isso, o projeto pedagógico e as diretrizes curriculares para a formação profissional são referências no Brasil.

O nosso país é uma referência pelo seu nível de organização, pelos nossos debates, pesquisas e produção de conhecimento que busca os fundamentos. Além de ser, também, quantitativamente maior.

Os brasileiros participam de todos os eventos internacionais. Além dos palestrantes, nós temos algumas pessoas que vieram apresentar pequisas.

Temos colegas da UNB que estão aqui para apresentar as suas investigações. É importante destacar que brasileiros estão presentes no evento, participando e apresentando os seus trabalhos.

P: Qual a importância do Brasil e o papel das entidades no debate da formação e do adensamento teórico na graduação e pós na América Latina?

R: O Brasil tem sido chamado pela sua produção como uma referência. Também é importante pensar que a pós-graduação brasileira é a mais estruturada de toda a América Latina. 

Ela trabalha com temas, eixos, áreas de concentração, linhas de pesquisa que são bastante amplos para abarcar preocupações contemporâneas: como o Estado, a relação capital trabalho, a economia política.

Diferente das pós-graduações na Costa Rica, que tratam de objetos muito específicos. Por exemplo, a pós-graduação que trata a gerência social e a pós-graduação de políticas para infância e adolescência.

No Brasil, nós tomamos as políticas em geral. E na Costa Rica eles realizam discussões relacionadas a políticas setoriais e temas muito específicos.

P: Qual o motivo dessa diferença?

R: Nós tratamos isso de uma outra maneira. Nosso referencial teórico é crítico. Isso também faz diferença. Eles bebem muito da nossa fonte e os brasileiros são muito elogiados e aplaudidos. Os participantes procuravam as nossas apresentações. E nós saímos do evento com um monte de convites.

Então, o Brasil sem dúvida nenhuma é referência para o debate da formação, o debate das políticas sociais e a organização política da categoria – que foram os três eixos que fomos chamados para dar palestras, fazer contribuições em debates e na produção de pensamento crítico. Mas aqui não discutimos sobre a pós-graduação.

Eu fui encarregada de fazer o pagamento da anuidade da ABEPSS junto à Associação Latino-americana de Ensino e Investigação em Trabalho Social (ALAEITS). E fui também  encarregada de conversar com a professora Nilza Burgos, presidente da ALAEITS, para que fossem incorporadas à programação do congresso latino-americano da Associação as sugestões do Brasil para o evento. Elas foram elaboradas por um conjunto de intelectuais no Encontro Nacional de Pesquisadoras(es) em Serviço Social (ENPESS) e encaminhadas pela ABEPSS à ALAEITS.

As sugestões destacam a necessidade de fazer uma análise conjuntura, da América e do Caribe, e a necessidade de tratar as lutas e as resistências da América Latina.

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