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ABEPSS AO VIVO avança no debate étnico-racial e a formação profissional em Serviço Social

27/07/2020

Discussão aconteceu no quinto encontro do projeto da ABEPSS de promoção de lives, que acontecerá até novembro 



No quinto encontro do ABEPSS AO VIVO, que aconteceu na terça-feira, 21, professoras e pós-graduando abordaram o debate étnico-racial no Brasil e a formação profissional em Serviço Social. As expositoras e o expositor ressaltaram que o Estado Brasileiro foi forjado em uma estrutura racista e apontaram os desafios de estudar a questão na formação de assistentes sociais no país. 

O debate foi mediado pela professora Adrianyce Sousa (UFF), que também é da Coordenação Nacional de Graduação da ABEPSS. Para a discussão, foram convidadas as professoras Maria Helena Elpidio (Ufes) e Ana Paula Procópio (UERJ) e o estudante de pós-graduação Tales Fornazier (PUC-SP). 

A discussão girou em torno da questão étnico-racial na sociedade e a importância do tema na formação profissional, da análise crítica na formação, e a importância das Diretrizes Curriculares da ABEPSS. O debate faz parte de uma série de encontros virtuais que a associação está promovendo até novembro, sempre com temas relevantes para o Serviço Social, para a formação e o trabalho profissional. 

O encontro foi transmitido na página do Facebook da ABEPSS e no canal no YouTube da asssociação. Clique aqui e assista ao encontro.   

Em sua fala, a professora Ana Paula Procópio (UERJ) destacou os determinantes históricos para o racismo no País. Na avaliação dela, a fundação escravista é um reflexo na sociedade de hoje, e que, após o fim da escravidão, do ponto de vista jurídico, com a Lei Áurea, as populações negras não tiveram garantias do Estado Democrático de Direito, como o direito à inviolabilidade ao lar e aos corpos. "Os sujeitos que por mais de 300 anos tiveram seu trabalho extraído de forma compulsória na construção do País, não tiveram nenhum direito por parte do Estado", pontuou. Ela ressaltou ainda que o racismo é estrutural. 

O pós-graduando Tales Fornazier pontuou que, por serem questões intrínsecas na sociedade, por serem estruturais, o combate ao racismo não pode ser só dos negros e negras e indígenas, mas de todos. 

"A luta contra o racismo tem que ser uma tarefa imediata e fundamental de todos e todas aqueles e aquelas que se colocam na trincheira de luta contra toda forma de opressão, exploração, da ordem social".  Tales ainda observou que raça e classe estão relacionadas, e devem estar articuladas na arena da luta política. Ressaltou que não é possível pensar o racismo sem pensar numa luta contra o Capital.

Em relação à formação profissional, a professora Maria Helena Elpidio (Ufes), ressaltou que as diretrizes curriculares e o projeto de formação vêm de um processo histórico de amadurecimento. Para ela, o debate étnico-racial é coerente com o que vem sendo construído desde a década de 1970, quando houve o processo de reconceituação do Serviço Social e a construção do serviço social crítico, que se coloca em defesa da classe trabalhadora. 

“Esse amadurecimento profissional, é possível quando o serviço social se coloca nessas lutas, mas também num movimento interno de maturação de processos que estão consubstanciados e que têm os seus fundamentos demarcados nas Diretrizes Curriculares da ABEPSS de 1996”, ressaltou. 


Clique aqui e assista à live completa! 

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