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ABEPSS repudia ataques do governo Bolsonaro à autonomia acadêmica e à liberdade de expressão

05/03/2021

ABEPSS se solidariza com todas(os) as(os) pesquisadoras(es) que vêm sendo alvo de perseguições e ataques e repudia toda e qualquer forma de limitação da autonomia acadêmica e da liberdade de pensamento e expressão. Confira a nota de repúdio! 


 

A Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), enquanto entidade acadêmico-científica e política, vem manifestar seu repúdio diante das últimas ações do governo federal de cerceamento à liberdade de expressão de pesquisadoras(es) e de servidoras(es) de Instituições Federais de Ensino (IFEs), como recentemente verificouse com os professores Eraldo Pinheiro e Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), sendo instados a firmar Termo de Ajustamento de Conduta, ante as declarações críticas formuladas. O ofício enviado no mês de fevereiro de 2021 pelo Ministério da Educação (MEC) às administrações das IFEs, determinando que fossem empreendidas providências com a finalidade de “prevenir e punir atos políticos partidários nas instituições públicas federais de ensino”, é mais uma investida de caráter intimidador desse governo, no bojo de um amplo processo de desmonte de direitos e das políticas sociais, mediante cortes e contingenciamentos, sob a falácia de “ajustes” ou “reformas”, que, verdadeiramente, aprofundam a crise econômica, social e política, com impactos mais severos para milhões de trabalhadoras(es). Mesmo com o recuo e cancelamento recente do ofício, não é a primeira vez que tentativas de censura são ministradas por esse governo. Tais recuos são produtos de resistência de movimentos sindicais e sociais, e a ABEPSS segue atenta a tais ataques. 

Diante também de uma grave crise sanitária, com mais de 250 mil mortes pela Covid-19, e em um cenário de negacionismo da pandemia, o governo Bolsonaro/Mourão aprofunda seus ataques à ciência, com consequências destrutivas a sujeitos e instituições de educação e pesquisa, junto às universidades, aos institutos e aos Cefets, além do conjunto da sociedade brasileira. Em um contexto de descontrole da pandemia, diante de medidas frágeis ou ineficazes, são esses sujeitos e instituições que, mesmo com parcos recursos e débeis condições de trabalho, têm conseguido imprimir esforços no desenvolvimento de estudos, pesquisas, na divulgação de resultados, e orientação à população, componentes fundamentais ao enfrentamento do avanço da Covid-19 no país e à proteção à vida das(os) brasileiras(os). 

O autoritarismo imposto pelas medidas adotadas pelo governo federal fere as necessárias liberdades de expressão e autonomia acadêmica, pilares da circulação e debate de pluralidade de ideias, da construção de um pensamento crítico e do desenvolvimento científico. Sobretudo nesse momento de grave crise sanitária, negar ou desqualificar a ciência e a comunidade científica é chancelar a indiferença à vida da população brasileira, com ênfase nos segmentos mais pauperizados da classe trabalhadora.

Sabemos que desde a campanha eleitoral, Bolsonaro já havia nomeado as universidades públicas e seu funcionalismo como inimigos. A direção da política de educação superior do seu governo expressa nitidamente essa escolha quando identificamos os cortes/contingenciamentos dos recursos ou a intervenção arbitrária nos processos internos de definição de Reitoras (es). Dessa forma, a ABEPSS se solidariza com todas(os) as(os) pesquisadoras(es) que vem sendo alvo de perseguições e ataques e repudia toda e qualquer forma de limitação da autonomia acadêmica e da liberdade de pensamento e expressão!

Não vão nos calar!
Brasília, 05 de março de 2021.

Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social

Gestão 2021-2022 – Aqui se Respira Luta! 

 
Clique aqui e confira a note em PDF. 
 

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