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Em live, professores discutem a implantação do ensino remoto emergencial nas universidades

13/07/2020

O debate aconteceu no terceiro encontro do ABEPSS AO VIVO, que promoverá lives mensais até novembro 


Autonomia universitária, o papel da universidade e o ensino remoto emergencial foram discutidos na terceira live do ABEPSS AO VIVO, transmitida no Facebook e YouTube da associação, na noite dessa terça-feira, 7. Mais de duas mil pessoas acompanharam a discussão online. 

O encontro foi mediado pela estudante da UFTM Ana Carla Costa e a professora da PUC-Campinas Fabiana Carvalho. A discussão do cenário universitário foi feita pela professora da UFF Eblin Farage e pelo professor da UFRJ Roberto Leher.

Os docentes discutiram autonomia universitária em face do governo Bolsonaro, os interesses do Capital com o ensino remoto emergencial, as novas tecnologias, as desigualdades em meio à pandemia, entre outros assuntos. 

Antes da discussão, a presidente da ABEPSS, Esther Lemos, apareceu no encontro e destacou a importância de filiação à associação. Lemos ressaltou que o apoio de todos os profissionais é importante para manter a autonomia financeira da entidade, para que possa continuar articulando o projeto de formação em Serviço Social. 

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Exposição 

No encontro, a professora Eblin Farage pontuou a distinção do Ensino a Distância, regulamentado por lei, e o ensino remoto em meio à pandemia. A docente destacou que é importante existir uma resistência ao projeto de implantação desse modelo de ensino, porque a educação acaba servindo aos interesses do Capital, como por exemplo, no uso das plataformas de ensino e aprendizagem - para Farage, a Universidade deve ter os próprios meios-, e a formação nesse modelo de ensino. 

Além disso, Farage destacou que é preciso que haja uma preparação das instituições para que se oferte o ensino remoto, tendo em vista que muitas não estão prontas para esse modelo. Ressaltou também que é importante promover pesquisas com as comunidades acadêmicas para entender as realidades. "Aceitar esse arremedo pode significar uma desestruturação da educação", comentou.

A docente também fez uma explanação sobre o projeto político do atual governo e a autonomia universitária. A professora destacou  a anticiência, a milícia e a militarização como eixos do governo Bolsonaro. “Esses eixos são contra os princípios e aquilo que defendemos para uma perspectiva de construção de uma universidade pública e da educação pública”, disse.

Em sua fala, o professor Roberto Leher pontuou a Guerra Cultural implementada pelo Planalto sob Bolsonaro. O docente destacou que essa guerra foi deslocada às universidades, que sofrem ataques frequentes, como, por exemplo, na redução de bolsas da Capes.  E ainda chamou a atenção para o trato que é feito pelo governo ao serviço público. “O governo trata o serviço público como um inimigo, tendo em vista a fatídica reunião de abril quando o ministro Guedes destaca que colocou a granada no bolso do inimigo”. 

Sobre o modelo de ensino remoto, o professor Leher sinalizou a importância de entender as diferentes realidades que estão postas, como por exemplo, ao implementar o ensino remoto, analisar todo conjunto ao qual o estudante está inserido, e não somente checar o acesso à internet e a dispositivos eletrônicos, mas também observar a situação social, os meios de vida. 

Assim como Eblin, Leher também defendeu a criação de plataformas públicas. "Se o artefato tecnológico não é neutro, nós temos que ter plataformas públicas". 

Os docentes ainda analisaram o “novo normal”, a convivência universitária, o sistema de avaliação e créditos de disciplinas, entre outros assuntos. Para assistir à live completa, clique aqui. 

Próximo encontro

A próxima live do ABEPSS AO VIVO será na terça-feira, 21, às 19h30 (horário de Brasília), com o tema "O debate étnico-racial e a formação profissional em Serviço Social". Foram convidadas e convidado para o encontro as professoras Maria Helena Elpídio (Ufes) e Ana Paula Procópio (UERJ) e o estudante de pós-graduação Tales Fornazier (PUC-SP). A mediação será da professora Adrianyce Sousa (UFF), que também é da coordenação Nacional de Graduação da ABEPSS.

Acompanhe pelos seguintes canais:

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