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Nova gestão da ABEPSS realiza reunião geral e decide fazer levantamento sobre a avaliação do ERE

04/02/2021

Professora convidada para a reunião, Marina Barbosa (UFJF), destacou que o Ensino Remoto Emergencial (ERE) precisa ser, de fato, emergencial, e não central na formação. Ela chamou a atenção, ainda, para o contexto atual em que há um projeto nocivo de Educação promovido pelo Governo Bolsonaro

 
 
A nova gestão da ABEPSS (2021/2022) realizou sua primeira reunião geral no dia 27 de janeiro, por meio de videoconferência. Participaram todas as diretorias regionais de graduação e pós-graduação, representes de discentes e supervisores/as de campo. O tema principal do encontro foi o Ensino Remoto Emergencial (ERE) nos cursos de Serviço Social, no contexto da pandemia, um dos principais desafios da área no momento.
 
A associação decidiu realizar um levantamento que permita apreender como as unidades de formação acadêmica estão avaliando essa modalidade e quais os principais impactos para os processos de formação profissional na graduação e na pós-graduação. Essa aproximação com a realidade dos cursos é indispensável para o planejamento das ações estratégicas da entidade para o biênio.
 
O presidente da ABEPSS, Rodrigo Teixeira, enfatiza que a Associação iniciou seu planejamento fazendo aquilo que toda/o assistente social sabe fazer bem: levantar os elementos concretos da realidade antes de construir suas intervenções. “A direção da ABEPSS precisa estar atenta à construção e às avaliações que as Unidades de Formação Acadêmica desenvolveram sobre o ERE para elaborar estratégias de ação a partir desses elementos”.
 
Nesse sentido, a Abepss solicitará aos cursos e programas de pós-graduação os materiais já elaborados e sistematizados. “Sabemos que muitas unidades já realizaram suas avaliações sobre a modalidade ERE. Agora a ABEPSS quer sistematizar esses dados e apontar tendências”, explicita Rodrigo Teixeira.
 
Ele ressaltou, ainda, que os debates e reflexões realizadas na reunião foram fundamentais para construir um alinhamento teórico critico convergente entre todos os membros da gestão “Aqui se Respira Luta!”. O destaque da reunião, apontado pelo presidente, foi a participação da professora do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Marina Barbosa.
 
Para a docente, que também é presidente da Associação dos Professores do Ensino Superior (APES) da UFJF, e já foi presidente do ANDES-SN, é preciso atenção ao contexto em que o ERE está acontecendo: o projeto de formação defendido pelo governo Bolsonaro que expressa não só a mercantilização da Educação, mas o combate a um projeto de Educação que produz o pensamento crítico e humanista.
 
Emergencial
 
Marina Barbosa explica que o Ensino Remoto é uma estratégia que deve ser entendida como emergencial devido ao contexto de pandemia. Isso porque a formação profissional deve se fazer pela utilização e movimento dos sentidos, da experiência coletiva, tendo como expressão de totalidade o ensino, a pesquisa e a extensão, pilares da formação superior.
 
“Dessa forma, as novas estratégias tecnológicas e atividades, como lives, palestras virtuais, podcasts, e outros elementos apontados como centrais no ERE, devem ser complementares e não consideradas como os instrumentos centrais na formação profissional. E defender condições de trabalho nessa modalidade não é sucumbir à defesa do ERE, mas, apreender  que há condições reais e concretas de docentes e discentes para o desenvolvimento do trabalho e formação no contexto da pandemia” disse.
 
A professora Marina Barbosa destacou, ainda, que a defesa por uma formação de qualidade está vinculada diretamente às lutas maiores da classe trabalhadora que, nesse momento, perpassam pela luta pela sobrevivência, pelo acesso à vacina, por uma proteção social efetiva e pelo imediato impeachment de Bolsonaro.
 
Fragilidades
 
Na mesma direção, a coordenadora de Graduação da ABEPSS, Marina Castro, explica que a estratégia do ERE, que hoje substitui as atividades presenciais na graduação e pós-graduação em grande parte das instituições, apresenta visíveis fragilidades.
 
“Há fragilidades nas bases legais, e em seus pressupostos pedagógicos e de planejamento das atividades de ensino. As informações do levantamento que faremos serão fundamentais para o posicionamento da Entidade e para a definição das pautas que serão debatidas ao longo do ano”, disse.
 
O levantamento que será realizado pela ABEPSS também foi apontado como positivo por Rafaela Fernandes, representante nacional de discentes de pós-graduação na Associação. “Reunir os dados permite ampliar o debate, além de identificar e refletir a respeito dos impactos da atual conjuntura e do uso dessa modalidade de ensino sobre docentes, discentes e o processo de formação na área. E amplia o debate acerca do ERE junto à categoria profissional, pensando seu funcionamento, desafios e enfrentamentos necessários”.
 
Atenção
 
Coordenadoras/es de cursos e/ou programas de pós-graduação na área de Serviço Social devem ficar atentas/os. Nos próximos dias, as coordenações regionais da ABEPSS farão contato para a coleta de dados.

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